quarta-feira, 18 de maio de 2011

INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA EM PACIENTE COM DIAGNÓSTICO DE SÍNDROME DO CENTROMEDULAR: Relato de experiência

MONTE, Milanye Machado¹, MOTA, Alana N. F. Cavalcante¹; MARQUES, Ana Karina M. C.²; COLLARES, Patrícia Moreira 3

INTRODUÇÃO: Síndrome Centromedular caracterizada por hiperextensão, sangramento na substância cinzenta central da medula espinal, deficiências motora, sensitiva e reflexa mais em extremidades superiores predominante, além de alterações viscerais. A maioria das lesões incompletas resulta nessa síndrome. Estudos revelam que 77% dos pacientes retomam a função deambulatória, 53% do controle do intestino e da bexiga e 42% retomam a função das mãos. São sinônimos: Síndrome do Canal medular central e Síndrome da medula central. Justifica-se a intervenção fisioterapeutica no tocante a avaliação das alterações encontradas e direcionamento de condutas cabíveis. Avaliação utilizou-se a escala de Glasgow, teste de força muscular, exames complementares com intuito de se encontrar um diagnóstico cinético-funcional o mais fidedigno. OBJETIVO: Descrever a intervenção fisioterapêutica em paciente com diagnóstico de Síndrome Centromedular, enfocando avaliar, descrever e reabilitar as disfunções apresentadas. METODOLOGIA: Relato de experiência vivenciada em 21 de março a 29 de abril de 2011, no Hospital Geral de Fortaleza (HGF), durante o estágio de Fisioterapia Supervisionado II, turno tarde. Os dados foram captados a partir do prontuário e exames complementares. Para avaliação física e intervenção fisioterapêutica foram utilizados materiais descartáveis e tomados cuidados quanto às normas de biossegurança. Foram respeitados critérios éticos de acordo com os preceitos da resolução 196/96. RESULTADOS: Paciente, P.S.L, 51a, ♂, admitido no HGF dia 12/02/2011 com diagnóstico de tetraplegia por queda da própria altura após ingesta alcoólica, desmaio e parada cardíaca. Foi ressucitado e intubado após apresentar Glasgow 7. Suspeitou-se de pneumonia aspirativa por apresentar expansibilidade pulmonar reduzida e A.P. diminuída em base direita com presença de creptações. Na admissão na unidade, intubado, glicemia: 100dcl, PA: 130x60mmHg; FC: 96 bpm; Sat; 93%. Consciente e cooperativo. Aos exames: Raios-X DP em HTD, condensação difusa e hipotransparência. TC de crânio sugerindo infarto lacunar e sinusopatia. RM do crânio imagens compatíveis com pequena área de encefalomalácia circundada por plica em plano frontal inferior D. Ultrassonografia: DP em HTD moderado, aparente atelectasia, doença parenquimatosa no lobo inferior direito. Ao exame fisioterápico: Consciente, cooperativo, padrão respiratório apical, superficial com uso da musculatura acessória, via aérea por TQT, em VM, modo CPAP/PSV, FiO2 25%, PS: 20cmH20, PEEP: 5cmH2O, Sat: 94%.  AP: SP (+) ↓↓↓ HTE, crepitações e roncos difusos. Apresentando secreção mucupurulenta, fluida e amarelada em grande quantidade pelo TQT. Glasgow: 11. Força Muscular, Grau 2 em dimídio corporal E e Grau 0, a D. Intervenção: Em VM, Posicionamento no leito, desmame da prótese ventilatória (ACàCPAP-PSV), estimulação diafragmática, desobstrução brônquica e expansão pulmonar, cinesioterapia motora ativo-assistida em MSE e MIE e passivo em MSD e MID. Em BIPAP, condutas + treinamento muscular respiratório. Após intervenções observaram-se melhoras na força muscular (grau 3/0 – esboços de movimentos adução de quadril e dorso flexão D), no padrão respiratório (tóraco abdominal), no aspecto e quantidade de secreção, na AP e estabilidade da musculatura respiratória no tocante à mudança de prótese ventilatória e retirada do suporte de oxigenoterapia. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A Fisioterapia se fez relevante na reabilitação deste paciente, melhorando aspecto físico geral do indivíduo proporcionando, gradativamente, ao retorno das suas funções, mesmo se tratando de injúrias medulares que sinalizam prognóstico reservado.

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